11 junho 2013

noite e dia

Esta é a minha altura do dia preferida.
Não é de noite, não é de dia. Como se eu estivesse no meio do tempo e pudesse optar para qual quero ir.
Na realidade não tenho qualquer escolha. É a noite que se aproxima... devagar, tão devagar que só me apercebo que estou mergulhada na escuridão quando já não consigo ver.
A noite nunca pergunta se pode chegar, aparece todos os dias sem nunca ser convidada. Porque é que haveria de perguntar? Está no seu direito. Acaba com o dia, com a claridade e traz consigo a escuridão de todos as noites.
Eu relaciono-me com a noite. Não precisa de estar escuro para ser noite, basta não haver luz. Eu sou noite, a luz não me atrai como a esses mosquitos que ardem com o calor do sol e se esquecem que o luar pode-se olhar de frente.
A noite não esconde nada, diz tudo e nunca se arrepende. O dia é falso, brilhante e barulhento.
Não é perfeito como a noite, nunca poderia sê-lo.
Duas coisas tão diferentes como o dia e a noite.

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